SISTEMA DE GRADUAÇÃO
O sistema de graduações do Grupo Cultural Capoeira Libertação foi criada pelo Contramestre Barreira, presidente e fundador do grupo no ano de 2005 e tem a intensão de demonstrar através das cores da bandeira brasileira o desenvolvimento do aluno dentro do grupo.
O sistema contem um conjunto de títulos que se divide de acordo com o grau de conhecimento que o aluno adquire com a prática da arte, são eles:
Iniciante; Aluno Batizado; Monitor; Instrutor; Professor; Contramestre e Mestre.
Cordéis
Em 1964, Mestre Mendonça inicia o curso de capoeira com o Mestre Artur Emídio, e em 1967 abraça a causa em prol da regulamentação da capoeira, porque até então ela não tinha regras.
A partir de meados da década de 1960, em São Paulo, quando os Mestres Zé de Freitas, Valdemar "Angoleiro", Paulo Gomes, Pinatti, Joel, Gilvan, Suassuna, Brasília, Silvestre e outros estavam implantando a prática da capoeiragem na sociedade paulistana, não existia graduação, mas existia a hierarquia. Eles eram os mestres de fato, embora não o fossem de direito, uma vez que para serem de direito haveria a necessidade de serem reconhecidos pelo Departamento Nacional de Capoeira da Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP), com sede no Rio de Janeiro.
Em 1969 foi realizado, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, um Congresso sobre Capoeira, entre outros, com os seguintes objetivos:
1. Decidir se capoeira era esporte ou folclore;
2. Desenvolver a capoeira no âmbito esportivo, dando-lhe uma roupagem mais "formal".
Participaram do congresso mestres representando os estados do Rio, Bahia e São Paulo. O desenrolar deste processo deu-se nos anos subsequentes, quando Mestre Damianor Ribeiro de Mendonça, então assessor da Confederação Brasileira de Pugilismo, redigiu o "Regulamento Técnico da Capoeira". Tal regulamento, do qual recebi cópia enviada pelo autor (M. Mendonça), foi publicado em 26 de dezembro de 1972, passando a vigorar em 01/12/1973. Até então a capoeira não tinha regras, não era reconhecida pelo País como esporte oficial.
Há alguns grupos que fazem suas graduações de modos diferentes, dependendo e diferenciando de grupo para grupo, como também há grupos que não usam cordéis na cintura, isto é respeitado pela maioria dos capoeiristas, pois o que interessa não são nossas diferenças e sim nossa particularidade que é a capoeira.
Durante as discussões anteriores a aprovação do Regulamento citado acima (1972), Mestre Carlos Sena, aluno de Mestre Bimba, chegou a sugerir o uso de Fitas, não sendo a ideia, na ocasião, aprovada pela maioria.
Prevaleceu a forma de cordéis, muito embora a nomenclatura, sequência de cores e critério para graduação jamais lograram unanimidade no grupo. Sem contar que os mestres mais tradicionais da Bahia (Angoleiros) e do Rio (capoeiras de Sinhozinho) continuaram seguindo seus respectivos costumes.
Em São Paulo, em época anterior ao uso das cordas, cordéis e cordões, a graduação se dava pela cor das calças. Na Academia São Bento Pequeno, por exemplo, calça preta era novato, verde era batizado, amarelo era intermediário, azul referia-se a avançado e calça branca para o Mestre. A academia São Bento Pequeno foi fundada pelos Mestres Djamir Pinatti, Paulo Limão e Paulão.
Cabe ressaltar que o uso das cordas, cordéis e cordões, acompanhou a necessidade de se regulamentar a Capoeira face ao regime militar da época, sendo que o "agente regulador" seria, inicialmente, a Confederação Brasileira de Pugilismo. Com o avançar das Federações e Campeonatos, o uso deste tipo de graduação passou a ser comum, sendo assimilado em primeiro momento pelos estados do Rio, São Paulo e Bahia e, posteriormente, para os demais estados.